domingo, 3 de novembro de 2013

Uma noite de Natal - Parte I

Gosto demais do Natal e ele sempre me traz surpresas...

As luzes coloridas já começaram aparecer nas lojas.
É muito lindo ver aquele pisca-pisca colorido, apagando e acendendo as lampadinhas, amarelas, vermelhas, azuis e verdes.
Ainda estamos no início de novembro, mas todos parecem já animados com o Natal. Muito legal isso,
As pessoas sorriem mais, cumprimentam-me mesmo passando com pressa, sem tempo para conversar.
Pra mim deveria ser apenas mais um Natal, mas sinto que este será especial. Por quê? Não sei, mas sinto isso.
No ano passado passei com a turma da rodoviária. Pessoas que como eu não tem aonde ir ou com quem ficar. Uns nos chamam de andarilhos outros, infelizmente, de vagabundos.
Na verdade ninguém sabe nada sobre nós. Apenas nos veem andando para um lado ou outro, sem entender o que buscamos, o porque estamos vivendo assim. Mas não faz mal... Sou feliz sendo um andarilho.
Sorte minha estar num país tropical e não na Europa ou na América do norte, com certeza nessa época estaria congelado ou com alguma doença devido à friagem excessiva vivida naqueles lugares.
No ano passado, ganhamos algumas coisas deliciosas pra comer na noite de Natal. Estávamos em sete pessoas e não nos conhecíamos. Foram aparecendo no estacionamento da rodoviária, apareceu, depois o outro e assim foi, sem combinar nada.
Desculpe se não me lembrar de todos os nomes, mas um dos que marcou muito foi Leon. Ele apareceu logo depois de mim, estávamos apenas eu e o Chico, conversando, quando ele apareceu.
- Boa noite! Nada de choramingos, Papai Noel chegou e trouxe presentes.
Mostrou-nos uma pequena caixa de Natal. Ganhara de uma senhora da Assistência Social.
- Vamos preparar nossa ceia, já são nove horas.
Aquele estranho, de barba espessa, e um tanto gordinho, logo nos contagiou. 
Apresentamo-nos e começamos a discutir como faríamos. Chico foi logo se oferecendo pra arrumar onde comermos. Sugeriu a mureta que dividia o estacionamento com a rodoviária, era da altura de uma mesa. Não ficou só nisso disse que sabia onde arrumar uma toalha bonita, se não nos importássemos de mais uma convidada. É claro que aceitamos, mas percebemos sua cara de preocupado. Não saiu do lugar olhando para suas coisas e olhar pra nós. Deve ter pensado, "irão roubar tudo". Leon imediatamente percebeu e disse:
- Vá tranquilo meu amigo, é Natal, ninguém mexerá nas suas coisas, eu prometo.
E lá foi o desconfiado Chico atrás da toalha, sempre andando e olhando pra trás.
Eu juntei o pouco de comida que tinha com o que Leon trouxe e ele avaliou a situação:
-Hum... Precisamos de uma champanhe e um bolo de nozes. Precisamos providenciar.
Não sei o que ele quis dizer com isso, mas... Concordei.
Mas as surpresas daquela noite estavam apenas começando. 

Logo Chico retornou com sua convidada... Seu nome era Airam.
Mas o que era aquilo que ela trazia apertado junto ao peito?...


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